"A ESSÊNCIA DO SER"
O pintor "emprega seu corpo". E, com efeito, não se vê como um Espírito que pudesse pintar.
Emprestando seu corpo ao mundo é que o pintor transforma o mundo em pintura. Para compreender estas transubstanciações, há que reencontrar o corpo operante e atual, aquele que não é um pedaço de espaço, um feixe de funções, mas um entrelaçado de visão e movimento.
Basta que eu veja alguma coisa, para saber ir até ela e atingi-la, mesmo se não como se faz na máquina nervosa. Meu corpo móvel conta no mundo visível, faz parte dele, e é por isto que eu posso dirigi-lo no visível.
Por outro lado, também é verdade que a visão depende do movimento. Todos os meus deslocamentos por princípio figuram num canto da minha paisagem,são transladados no mapa do visível. Tudo que eu vejo por princípio está a meu alcance, pelo menos ao alcance do meu olhar, assinalado no mapa do "eu posso".
Cada um dos dois mapas é completo. O mundo visível e o mundo dos meus projetos são partes totais do mesmo ser.Meu corpo é ao mesmo tempo vidente e visível. Ele que olha todas as coisas,também pode olhar a si e reconhecer no que está vendo.
Assim , pinto o que a Natureza me mostra em sua estética, "designer", cores e movimento, porque é a vida.....E EU, VIVO......
Vida voltada para a espiritualidade que transcende os meus limites e potenciais de criatividade (vislumbrando a angelitude, mas, ainda preso à animalidade ) é que materializo no meu trabalho, a expressão do Espírito que sou, do que serei.....
Nilton Carvalho
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