sábado, 6 de outubro de 2012

ASSIMILAÇÃO DE ARTE.

2011 - 708 RENASCER acrílica s. tela 140x140 cm
NILTON CARVALHO


“ NILTON CARVALHO. SEU TRABALHO VERTE POR DUAS VIAS: PINTURA E OBJETO. ESSAS VIAS, SEPARADAS PELA FORMA E CONCEITO, TODAVIA ESTÃO LIGADAS POR UM ALTO GRAU DE INCONFORMISMO EXISTENCIAL.
NO CASO DAS PINTURAS A ABSTRAÇÃO É “REPRESENTAÇÃO” CUJA TRANSCEDÊNCIA É O QUESTIONAMENTO DA POSIÇÃO DO “EU” ESPIRITUAL DO ARTISTA.
NO CASO DOS OBJETOS, DE CONTEÚDO CRÍTICO SOCIAL, VISA O INCONFORMISMO DA CULTURA LOCAL.
SUA VISÃO SE VOLTA ENTÃO PARA A CIDADE, REVELANDO UMA CONSCIÊNCIA DA DIFICULDADE PRODUÇÃO- ASSIMILAÇÃO DE ARTE.
CIDADE QUE ANSEIA POR SUPERAR ESTA ETAPA.IMINÊNCIA EM QUE O ARTISTA COLABORA.”


ARNALDO APARECIDO FILHO



O ARTISTA PLÁSTICO NILTON CARVALHO ENTRA NA ERA DAS INSTALAÇÕES NA EXPOSIÇÃO "NÓS, O TEMPO..." QUE VAI ATÉ 5 DE JANEIRO, NO PISO TÉRREO DO MULTI SHOP. LOGO NA ENTRADA DA EXPOSIÇÃO DE 17 TELAS, 4 OBJETOS E 1 ESCULTURA, O PÚBLICO É SURPREENDIDO POR UMA CAIXA DE 1.70 METRO DE ALTURA COM AS INSCRIÇÕES "MERCOSUL-EXPORTAÇÃO DE CULTURA- ARAÇATUBA", QUE REPRESENTA A PRODUÇÃO CULTURAL DA CIDADE. QUANDO SE OBSERVA POR UM ORIFÍCIO O INTERIOR DA CAIXA, O VISITANTE NADA VÊ. "NÃO SIGNIFICA QUE EM ARAÇATUBA NÃO HAJA PRODUÇÃO CULTURAL, MAS QUE FALTA INFRA-ESTRUTURA PARA EXPOR O TRABALHO", EXPLICA CARVALHO. 
A INTENÇÃO DO ARTISTA NA EXPOSIÇÃO É PROVOCAR O QUESTIONAMENTO DAS CONDIÇÕES CULTURAIS E TAMBÉM FILOSÓFICAS, COMO A EXISTÊNCIA NO TEMPO-ESPAÇO. COM A PROPOSTA DA CIDADE DE PROMOVER ANO QUE VEM UMA OLIMPÍADA DO MERCOSUL PARA CONFRATERNIZAR ATLETAS DAQUI E DE OUTROS PAÍSES E ATRAIR TURÍSTAS, A ASSOCIAÇÃO DOS ARTISTAS PLÁSTICOS (APLA), DA QUAL CARVALHO É MEMBRO-FUNDADOR, SUGERIU QUE SE FAÇA SIMULTANEAMENTE UMA MOSTRA DE OBRAS DE ARTE.
"COM AS ATENÇÕES DO MERCOSUL VOLTADAS PARA O EVENTO, É UMA OPORTUNIDADE DE EXPORTAR CULTURA DO MUNICÍPIO", DIZ O ARTISTA. PORÉM, A MOSTRA EMPERRA NA FALTA DE LOCAL COM ADEQUADA INFRA-ESTRUTURA. DAÍ A IDÉIA DE FAZER UM TRABALHO QUESTIONANDO IST0".
A CAIXA PERTENCE A UMA SÉRIE QUE SE COMPLETA COM UM MONITOR DE TEVÊ ONDE SURGEM AS FRASES: "O POVO NÃO PRECISA DE ARTE" E "O POVO DEVE FICAR EM CASA VENDO TEVÊ ?", DE AUTORIA DE UM AMERICANO NUMA CRÍTICA À SITUAÇÃO CULTURAL DO PAÍS. A TELA DO TELEVISOR TEM UM ESPELHO E É ENVOLTA POR CORRENTE E CADEADOS. QUANDO A PESSOA LÊ AS FRASES EXIBIDAS, VÊ QUE A SUA PRÓPRIA IMAGEM ESTÁ "PRESA" À TEVÊ PELA CORRENTE.
O PONTO DE PARTIDA DE AMBAS AS OBRAS FOI A TELA "SOB O ESTÍGMA DO PECADO", DO ANO PASSADO. NELA CARVALHO RETRATA A TENTATIVA DA PRODUÇÃO CULTURAL DE VENCER A IMAGEM ESSENCIALMENTE AGROPECUÁRIA QUE PREDOMINA NO MUNICÍPIO REPRESENTADA POR ARAMES FARPADOS ENVOLVENDO OS NOMES DAS ENTIDADES CULTURAIS.
NA SÉRIE DE QUATRO OBJETOS, CARVALHO TRATA DO EQUILÍBRIO ENTRE MATERIAL E ESPIRITUAL. COM TRABALHAI, ALIMENTAI, ILUMINAI E MATARÁS?, TÍTULO DE CADA UM DOS OBJETOS, O ARTISTA QUIS PROVOCAR A REFLEXÃO SOBRE A PASSAGEM TERRENA DO SER HUMANO E A NECESSIDADE DE TRABALHAR NÃ0 APENAS PARA ALIMENTAR O CORPO, MAS TAMBÉM O ESPÍRITO.

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