quinta-feira, 17 de novembro de 2011


Escultura de Fernando Botero é vendida por R$ 3,1 milhões

Leilão da Christie's também consagrou artistas brasileiros como Alfredo Volpi e Antônio Bandeira.



Foto: Divulgação
Escultura de Fernando Botero
Uma imensa escultura de bronze do colombiano Fernando Botero e obras de vários artistas brasileiros bateram novos recordes para a arte latino-americana, disse a casa de leilões nova-iorquina Christie's na quarta-feira.
"Dançarinos", forjada em 2007, foi arrematada por US$ 1,76 milhão (cerca de R$ 3,1 milhões). Com 1,6 tonelada e 3,18 metros de altura, é provavelmente a maior escultura de Botero já leiloada, segundo Virgilio Garza, chefe de arte latino-americana da Christie's.
No total, o leilão de terça-feira à noite arrecadou US$ 15,3 milhões (R$ 27,2 milhões). "Os resultados foram excepcionais. O mercado latino-americano de arte está prosperando, nove recordes foram batidos", disse Garza.
Obras brasileiras do pós-Segunda Guerra foram as mais disputadas, refletindo a escassez de trabalhos de artistas importantes do país no mercado internacional. "Acho que a notícia aqui é que a arte brasileira brilha. Cinco recordes foram batidos das décadas de 1960 e 70. A arte brasileira foi extremamente bem", disse Garza.
"Bandeirinhas Estruturadas", de Alfredo Volpi, saiu por US$ 842,5 mil (R$ 1,5 milhão), recorde para esse artista. Usando um motivo habitual do artista, a tela faz o olhar do espectador passear por pequenos triângulos vermelhos, pretos e brancos, sobre fundo azul.
"Ruas Azuis" (1955), de Antônio Bandeira, foi arrematada por US$ 482,5 mil. "Estrutura" (1969), de Franz Weissmann, alcançou US$ 386,5 mil. Outros recordes foram batidos para as obras de José Pancetti ("Abaeté - Série Bahia, no. 28", de 1957, por US$ 362,5 mil) e Hércules Barsotti ("Losango-Proposição Multilegível I", de 1966, por US$ 170,5 mil).
"A arte brasileira chegou. Ela não é mais uma categoria emergente de coleção. Os olhos do mundo estão olhando para o Brasil e para a sua fascinante história artística", disse Garza.
Outros destaques do leilão foram "Vaca Vermelha" (1975), do mexicano Francisco Toledo, arrematada por US$ 902,5 mil, "Pintura no. 110" (1948), do argentino Juan Melé, por US$ 134,5 mil, e "Apresentação de Lagong Sob Figueira", desenho em papel do mexicano Miguel Covarrubias, por US$ 290,5 mil.
tag: Botero, leilão,escultura....

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Galeria londrina abre exposição com principais obras de Leonardo da Vinci


Galeria londrina abre exposição com principais obras de Leonardo da Vinci


A galeria levou cinco anos para conseguir reunir 60 quadros do artista. A grande revelação da exposição é uma tela descoberta há seis anos.

Cecília MalanLondres

A National Gallery de Londres, uma das galerias de arte mais importantes da Europa, abre nesta quarta-feira (9) a maior exposição de todos os tempos com obras de Leonardo da Vinci. A galeria levou cinco anos para conseguir reunir 60 quadros do artista, que estavam em museus e coleções particulares em dez países.
O curador Luke Syson passou os últimos quatro anos arrecadando dinheiro e correndo atrás de obras-primas. “Não é fácil conseguir um Leonardo da Vinci emprestado”, diz. Além de garantir a segurança das telas, a National Gallery, muitas vezes, ainda tem que oferecer algo em troca. O "Retrato de um Músico", por exemplo, só deixou a Pinacoteca Ambrosiana, em Milão, porque a instituição italiana recebeu um belíssimo Botticelli do acervo inglês.
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Até o dia cinco de fevereiro, o público vai poder ver e admirar mais da metade das pinturas remanescentes do mestre renascentista. O Louvre, de Paris, cedeu a sua versão da “Virgem dos Rochedos” para fazer par com o painel da coleção da National Gallery. As duas composições nunca foram expostas lado a lado antes.
A grande revelação da exposição é a tela “Salvator Mundi”, descoberta há seis anos em uma coleção particular dos Estados Unidos, gerando grande comoção no mundo das artes. É impossível ter certeza que a tela é verdadeira, mas especialistas analisaram exaustivamente cada detalhe e depois de muito debate e desconfiança - afinal, muitos falsos “Leonardos” já surgiram - veio o consenso: é um autêntico da Vinci.
O nome do dono é mantido a sete chaves, mas o que se diz é que a tela deve passar de mãos, podendo chegar a quase R$ 500 bilhões. Se isso acontecer, vai virar a obra mais cara do mundo. Se tratando de um artista tão enigmático, nada mais apropriado do que uma boa dose de suspense.

sábado, 5 de novembro de 2011

Grande exposição em Berlim celebra os 90 anos da Bauhaus


Grande exposição em Berlim celebra os 90 anos da Bauhaus

 

"Modelo Bauhaus" é o nome da mostra inaugurada em Berlim que reúne mais de mil objetos das instituições herdeiras da Bauhaus e empréstimos de todo o mundo. Trata-se da maior exposição sobre a Bauhaus das últimas décadas.

 
Noventa anos após a fundação da Bauhaus, a escola alemã de arquitetura e design que marcou o século 20, suas três "herdeiras" – o Arquivo Bauhaus de Berlim, a Fundação Bauhaus de Dessau e a Fundação Weimar Clássica – juntaram-se para organizar a maior exposição sobre a escola desde a realizada em Stuttgart em 1968.
Modelo Bauhaus é o nome da mostra que reúne, a partir desta quarta-feira (22/07) no espaço Martin Gropius Bau em Berlim, mais de mil objetos das coleções das três instituições localizadas nas cidades que sediaram a Bauhaus, como também peças emprestadas de todas as partes do mundo.
A exposição documenta também a cooperação entre as três instituições que até hoje trabalharam de forma pouco conjunta. Segundo o desejo do ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, elas agora passarão a cooperar mais estreitamente, formando a "Liga Bauhaus".
A mostra, que pode ser visitada até 4 de outubro próximo, está sendo realizada em cooperação com o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), onde a atual exposição berlinense da Bauhaus poderá ser vista a partir de novembro, em comemoração a seu 80º aniversário.
Das artes e ofícios à arquitetura nazista
'Cadeira africana' de Marcel Breuer também é Bauhaus'Cadeira africana' de Marcel Breuer também é BauhausPlantas de arquitetura, maquetes, pinturas e objetos do cotidiano retratam a Bauhaus em 18 salas como uma usina de criação e uma "oficina do modernismo" – dos primórdios em Weimar a partir de 1919, passando por Dessau como "cidade da Bauhaus" (1925-1930) até seu fechamento pelos nazistas em 1933, após sua transferência para Berlim por Mies van der Rohe, seu último diretor.
Enquanto exposições anteriores eram estruturadas com base nas diversas oficinas da Bauhaus, como mobiliário, impressão ou tecelagem, na mostra em Berlim sua história é narrada cronologicamente – desde o início como escola de artes e ofícios, atravessando a época dos famosos prédios de sua sede em Dessau até ser fechada pelo nacional-socialismo. A ligação de importantes nomes da Bauhaus com a arquitetura nazista também não foi poupada.
Internacionalização do modernismo
Escultura 'Composição com cubos' (1919) de Johannes Itten, na mostra berlinenseEscultura 'Composição com cubos' (1919) de Johannes Itten, na mostra berlinenseNuma abrangente apresentação dos trabalhos de seus professores e alunos, como também dos principais temas tratados pela Bauhaus, a exposição Modelo Bauhaus relata a história da escola, enfocando sua grande importância para a internacionalização do modernismo e tematizando sua subsequente influência na arquitetura e no design industrial, que até hoje perdura.
Seus principais objetivos, afirmam os curadores da mostra, eram o ensino experimental interdisciplinar, o conceito de oficinas orientadas para a prática, o tratamento de questões sociais, a propagação de uma estética atemporal, assim como a experimentação de novos processos e materiais na arquitetura e no design industrial.
Estações da Bauhaus
Mostra tematiza legado da escolaMostra tematiza legado da escolaA mostra amplia a visão sobre os primeiros anos, quando a escola foi influenciada pelo expressionismo. A partir de meados dos anos de 1920, a Bauhaus passou a ocupar-se das formas e cores primárias, que deveriam ser usadas por designers e arquitetos como um jogo de encaixar.
Após sua expulsão de Weimar, a proximidade da indústria determinou as atividades da Bauhaus em Dessau. Apoiada por industriais e pelos social-democratas, a escola deveria se tornar um polo de desenvolvimento da República de Weimar. Mas a desejada cooperação não funcionou e muitos professores a abandonaram.
Em sua última fase, a partir de 1930 em Berlim, o trabalho de Mies van der Rohe principalmente com aço e vidro determinou os rumos da Bauhaus, o que é documentado pela última e mais impressionante sala da mostra.
Mas o que restou da Bauhaus hoje? No pátio interno do Martin Gropius Bau, a artista Christine Hill explora a trivialidade do legado da Bauhaus. Ao lado de um sofá da Ikea, cadeia sueca de móveis de baixo custo, o visitante recebe um aconselhamento real sobre a decoração de seu domicílio, podendo comprar na loja réplicas de objetos da Bauhaus.
CA/dpa/ots
Revisão: Rodrigo Rimon

Museu de Colônia expõe quadro inédito de Claude Monet


Museu de Colônia expõe quadro inédito de Claude Monet

 

Quadro do pintor impressionista, datando de 1880, conta uma história de suspense: uma doadora anônima, possível espólio nazista, 20 anos de silêncio. "Efeito primaveril em Vétheuil" encontra-se no Museu Wallraf Richartz.

 
Götz Czymmek é um homem paciente. Durante duas décadas, ele guardou um segredo que qualquer amante da arte adoraria bradar ao mundo.
Em 1991, na função de curador do Museu Wallraf Richartz, em Colônia, Alemanha, ele recebeu um telefonema anônimo de uma senhora, informando que uma tela de Claude Monet (1840-1926), original e bem preservada, estava à sua disposição.
Museu Wallraf RichartzMuseu Wallraf RichartzGuardada numa caixa de papelão no porão da misteriosa mulher, a obra só seria cedida sob determinadas condições: a doadora queria permanecer anônima e o Monet só poderia ser exibido após sua morte.
"De início, não levei a senhora muito a sério", confessa Czymmek. "Ela insistiu que eu levasse imediatamente o quadro comigo, pois não queria tê-lo em casa. Assim, dirigi de volta a Colônia com um Monet numa caixa de papelão, no banco de trás do meu carro."
O curador nunca mais viu a doadora, embora, pelo menos uma vez por ano, ela lhe enviasse uma breve mensagem: "Ainda estou viva!". Neste meio tempo, ela faleceu, e Götz Czymmek ficou livre para revelar seu segredo.
"Cena primaveril em Vétheuil"
Muitas obras de arte são doadas ao museu, porém ganhar de presente uma tão valiosa assim, só acontece uma vez na vida, comenta o curador. "Frequentemente recebemos pinturas e estamos felizes com as muitas aquisições, mas às vezes esses quadros nos chegam por não serem vendáveis, e geralmente estão em más condições", explica.
Au-dessus de Vétheuil – Effet de printemps (Acima de Vétheuil – Efeito primaveril) é uma exceção. Tendo como motivo uma cena na cidade onde Monet viveu de 1879 a 1881, ele foi identificado como um original de 1880. Trata-se de um momento-chave na vida do artista. Foi em Vétheuil que sua esposa Camille faleceu, e que ele conheceu sua segunda companheira, Alice.
Na primavera de 1880, o artista realizava sua primeira exposição individual, após recusar-se a participar da 5ª Mostra de Pintura Impressionista, em Paris, sinalizando, assim, o intento de se distanciar de seus contemporâneos. Foi nesse ano também que ele lançou as bases de sua pintura paisagística, as quais vigorariam pelo século 20 adentro.
O cheiro da autenticidade
'Margem do Sena perto de Port Villez' foi declarado falsificação'Margem do Sena perto de Port Villez' foi declarado falsificaçãoEntretanto o quadro inédito, em si, não preenche nenhuma lacuna na obra de Monet, comenta à Deutsche Welle Mario von Lüttichau, curador do Museu Folkwang de Essen. "Claro, é sempre significativo descobrir uma obra de um artista de ponta como Monet. Mas essa paisagem não é especialmente reveladora, e os historiadores da arte não estavam à procura dela."
Em 2008, descobriu-se que o suposto Monet Margem do Sena perto de Port Villez, exposto no Museu Wallraf Richartz desde 1954, era uma falsificação.
Porém Czymmek está absolutamente seguro de que o Monet inédito é verdadeiro. E, como prova, aponta na parte de trás da tela, para um velho selo da Galeria Bernheim-Jeune de Paris, que vendeu algumas peças daquele expoente do Impressionismo.
Só que selos podem enganar, ressalva Von Lüttichau. São certamente um indicador, porém são conhecidos casos de pinturas que se revelaram falsificadas, "apesar de terem os selos certos atrás". "Para mim, decisiva é a experiência de ver – até de cheirar – a pintura. Só assim se pode dizer que seja autêntica."
Götz Czymmek relata que a idosa doadora entrou de posse da paisagem na década de 1940. Assim, não se pode excluir a possibilidade de que os nazistas a tenham roubado do proprietário anterior, durante a guerra. "Contudo a pintura já foi divulgada há alguns meses, e até agora ninguém a reclamou."
Efeito primaveril está exposta ao público na sala impressionista do Museu Wallraf Richartz, que celebra 150 anos de fundação em 2011.
Autoria: Sasha Pavey (av)
Revisão: Carlos Albuquerque

Museu alemão apresenta a morte como tema na arte contemporânea


Museu alemão apresenta a morte como tema na arte contemporânea

 

A morte é um tema muito antigo na arte. A exposição 'Dead Lines', no Heydt-Kunsthalle, em Wuppertal, apresenta novas formas de tratar o assunto, em uma mostra que combina mídia e cultura popular.

 
Os debates em torno da morte e do fim da existência humana sempre estiveram entre os temas mais discutidos pela arte. Com frequência aponta-se, neste contexto, a repressão ao medo de morrer. Nos últimos 20 anos, as formas de conduta em relação à morte e à violência mudaram radicalmente.
A mostra Dead Lines no museu Heydt-Kunsthalle, em Wuppertal, não rastreia o assunto, contudo, de forma cronológica, a partir dos motivos históricos que levaram à abordagem da morte como tema, nem tampouco trata da morte sob a perspectiva etnológica. A exposição, ao contrário, discute o assunto a partir de novas formas de comunicação, que há muito vêm se desenvolvendo de forma discreta. Para isso, são expostas obras de 40 artistas contemporâneos, que lidam com esse complexo tema.
Multimídia: imagens atuais da morte
Todos os dias, os meios de comunicação de massa noticiam revoluções, guerras, protestos e conflitos sangrentos em todo o mundo. Há muito que o espectador já se acostumou com imagens de cabeças degoladas, cadáveres e moribundos. No entanto, o pensamento sobre a própria morte, bem como o medo desencadeado pela questão sobre "o que vem depois" são temas aos quais jovens artistas vêm se dedicando cada mais através das novas mídias.
Os espaços sóbrios e claros do museu Heydt-Kunsthalle jogam um pouco de luz sobre o assunto. Embora sem exibir uma imagem sequer de cadáveres ou corpos dilacerados pela violência, a mostra provoca arrepios no observador.
Já na entrada, uma Lady Di aparentemente morta sorri para o visitante com olhos estranhamente inertes. Em seu braço, a estrela da logomarca da montadora Mercedes Benz provoca uma ferida sangrenta – obra do holandês Erwin Olaf do ano de 2000. E em frente, um contraste, mas que também não falha em seu efeito de atingir o observador: uma imagem em pequeno formato mostra dois cães carregando caixões – personagens de quadrinhos do japonês Yoshitomo Nara, usadas como exemplos irônicos sobre a forma como os meios de comunicação de massa tratam o tema morte.
No cinema, fotografia, vídeo e internet houve um debate amplo a respeito da morte – uma discussão na mídia que se dá praticamente sem limites. A mostra na Kunsthalle de Wuppertal, com curadoria de Oliver Zybok e Birgit Richard, reúne pintura, escultura, vídeo, fotografia e instalações. Birgit Richard explica que a intenção não é compactuar com qualquer espécie de voyeurismo, nem exibir corpos martirizados, mas apresentar estratégias midiáticas de lidar com o tema que sejam até agora pouco conhecidas e com as quais trabalham artistas de diversas áreas.
Caveiras na moda
O primeiro espaço da exposição é dedicado à morte como algo profano, enquanto na sala seguinte o espectador se vê, de súbito, frente a uma figura negra, de estatura semelhante a do ser humano, empunhando uma arma: claramente um soldado, com apenas metade da cabeça.
Em frente a ele, estão pequenas vitrines com bijuterias e tecidos, adornados com caveiras – objetos de uso cotidiano, cultuados por alguns jovens. "Eles gostam de colocar o dedo na ferida", analisa Oliver Zybok. Segundo ele, a cultura jovem e as artes plásticas são os únicos setores da sociedade que questionam, de fato e de maneira consequente, a questão da morte. "E isso mostra simplesmente que a caveira como peça de moda já perdeu há muito tempo seu efeito de assustar, sendo hoje um elemento qualquer, com o qual você pode se enfeitar", diz o curador.
Depois disso o visitante se depara com uma instalação que o impede, não apenas psiquicamente, de ir adiante: sob uma luz claríssima, correntes prateadas reluzentes estão dependuradas, presas ao teto. Somente de perto é possível observar que tais correntes estão atadas a centenas de crachás de identificação de soldados mortos. Aqui vem à tona, por meio do horror e da violência, uma discussão sobre o papel representado pelas novas mídias e pela internet na conduta em relação à morte.
Games envolvendo a morte na internet
A internet oferece diversas possibilidades de criar a si mesmo, diz Zybok. É possível encenar a própria morte ou imaginar como seria passar por este ou aquele tipo de morte. Há também a possibilidade de criar um site de luto da própria morte, sobre o qual as próximas gerações não terão mais influência.
Em vida, o "usuário" pode criar o site de comunicação de sua própria morte, divulgando-o, por assim dizer, depois de morrer. "Para isso há diversas possibilidades na internet. Acredito que não tenhamos consciência de muitas delas", observa Oliver Zybok. A mostra em Wuppertal exibe uma mistura das diversas facetas que compõem a imagem da morte na sociedade contemporânea – novas estratégias de comunicação por meio da internet, do vídeo, da fotografia e até da cultura popular.
Autora: Gudrun Stegen (sv)
Revisão: Mariana Santos

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Nilton Carvalho volta a produzir telas/Folha da Região

Após 10 anos de pausa, Nilton Carvalho 

volta a produzir telas

kuronilton@hotmail.com

EXPRESSIONISMO ABSTRATO 




Artista volta a produzir telas que têm como principal característica a arte abstrata e o pararrealismo

Foto-Valdivo Pereira/Folha da Região - 01/10/2011
2011 702 "MANGUE"
A.S.TELA 140X140
NILTON CARVALHO
Problemas de saúde (Transplante Cardíaco) resultaram em aproximadamente dez anos de pausa na arte do araçatubense Nilton Carvalho, 64 anos. Hoje, ele vive com um coração transplantado e retoma a pintura de telas com a mesma (ou até maior) intensidade de antes. Passou a produzir novos quadros e afirma que seu estilo não sofreu grandes alterações, mas a ele foi acrescentada uma carga emocional diferente, e uma bagagem cultural cultivada com estudos e pesquisas feitas durante o tempo em que não praticava a arte. "Neste espaço de tempo, embora não pintasse, fiquei me inteirando do que acontecia em relação à arte e estudando. A internet facilita muito o acesso às obras de arte, que antes só poderiam ser vistas por meio de livros e em museus", afirma.
Ele conta que há quatro anos e meio foi submetido à cirurgia para transplante de coração, somados a outros seis anos de tratamento. Do final do ano passado até hoje, ele diz ter pintado cerca de 20 telas. Ao todo, durante sua vida, afirma ter pintado aproximadamente mil quadros, dos quais 703 estão catalogados. "Os outros 300 foram doados ou vendidos e não anotei", diz.

TALITA RUSTICHELLI / Folha da Região -03/11/2011


tag: Folha, Região, Nilton Carvalho, Pararrealismo,Expressionismo Abstrato, Araçatuba, artista, abstrato....

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Artes Plásticas


Artes Plásticas
EXPRESSIONISMO ABSTRATO 
2011 700  PRIMAVERA
A.S.TELA 100X130
NILTONCARVALHO




Como podemos compreender o que são as artes plásticas? A grande maioria das pessoas sabe que pintura e escultura fazem parte desta denominação, mas então porque “plástica”? 
O pintor usa tinta sobre algum tipo de superfície, o escultor cria formas na madeira ou na pedra, entre outros materiais. O que tem o plástico a ver com isso?
Para compreender estas denominações precisamos retroceder um pouco e entender o que é arte?
A “arte” não finda com as Artes Plásticas. Existem nove grandes expressões artísticas: A Música, a Dança, as Artes Plásticas, As Artes Cênicas, a Literatura, a Arquitetura, o Cinema, as Narrativas Televisivas e as Histórias em Quadrinhos.
Por boa parte da história a terceira das artes representava tudo aquilo que era belo. A palavra “arte” vem do latim Ars, que significa habilidade. O artista era o habilidoso executor de uma função específica. Todos os exímios artífices eram artistas. Ferreiros, sapateiros, ceramistas, pintores e escultores. Na tentativa de distinguir estes dois últimos dos demais, se passou a denominar as pinturas e esculturas de obras das Belas Artes. Eram artífices do belo. E a beleza reinou por muito tempo nas artes...
O problema começou quando estes modeladores do Belo resolveram produzir obras que não eram nada belas ou não reproduziam o que era belo. Como chamar então aquelas realizações de Belas Artes? Era o início das discussões sobre a Estética na arte. O que era então Belo? Não se podia afirmar com certeza, já que esta percepção varia de pessoa para pessoa.
“Arte” passou a ser então as representações de sentimentos e expressões humanas executadas sobre uma perfeição estética e técnica. Principalmente técnica. Foi a valorização da técnica que desenvolveu grande parte dos movimentos modernistas: não eram as representações que interessavam e sim, como eram executadas e como se processava a intercessão entre sentimento e técnica.
A técnica de execução do material empregado na fixação da emoção sobrepujou sua antiga função.
E assim que finalmente chegamos ao “plástica”.
As “Artes Plásticas” não são nada mais que a capacidade de moldar, modificar, reestruturar, re-significar os mais diversos materiais na tentativa de conceber e divulgar nossos sentimentos e, principalmente, nossas idéias.
È a essência do plástico. Um material inicialmente líquido que se pode transformar em qualquer tipo de utensílio, objeto, peça ou componente, necessitando apenas, neste processo, da criatividade não só de conceber o objeto em si, mas também do processo de produção deste objeto. Por isso Artes Plásticas.
E esta arte hoje em dia não mais se circunscreve apenas a pintura e a escultura, como também avança pelas performances, instalações, vídeo-artes, cyberartes, grafismo, proto-arte e inúmeras outras expressões pós-modernas.
É assim que a categoria “arte” passou a delimitar uma expressão especifica do ser humano, afinal, existem coisas belas que não são arte mais admiramos e ainda coisas que admiramos, não são belas e nem são arte. E o pior: coisas que não gostamos, não são belas e são “arte”!
A “arte” passou a ser um leque muito abrangente de produções específicas relacionadas não mais ao sentimento da visão, mas sobretudo, as expressões internas de significado e aos arcabouços das técnicas de execução.
Se observarmos esta afirmação de Duchamp, quando ao sentido da arte, compreenderemos como a arte é vista hoje: "A arte pode ser ruim, boa ou indiferente, mas qualquer que seja o adjetivo empregado, temos de chamá-la de arte. A arte ruim é arte, do mesmo modo como uma emoção ruim é uma emoção".
É isso que a arte é hoje.
Criação.
O pleno e mais esplendoroso ato de criar intencionalmente. É desta forma que a Arte passou a ser a intenção de fazer Arte .




Carpe Diem
Amaro Braga