Grande exposição em Berlim celebra os 90 anos da Bauhaus
Noventa anos após a fundação da Bauhaus, a escola alemã de arquitetura e design que marcou o século 20, suas três "herdeiras" – o Arquivo Bauhaus de Berlim, a Fundação Bauhaus de Dessau e a Fundação Weimar Clássica – juntaram-se para organizar a maior exposição sobre a escola desde a realizada em Stuttgart em 1968.
Modelo Bauhaus é o nome da mostra que reúne, a partir desta quarta-feira (22/07) no espaço Martin Gropius Bau em Berlim, mais de mil objetos das coleções das três instituições localizadas nas cidades que sediaram a Bauhaus, como também peças emprestadas de todas as partes do mundo.
A exposição documenta também a cooperação entre as três instituições que até hoje trabalharam de forma pouco conjunta. Segundo o desejo do ministro alemão da Cultura, Bernd Neumann, elas agora passarão a cooperar mais estreitamente, formando a "Liga Bauhaus".
A mostra, que pode ser visitada até 4 de outubro próximo, está sendo realizada em cooperação com o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), onde a atual exposição berlinense da Bauhaus poderá ser vista a partir de novembro, em comemoração a seu 80º aniversário.
Das artes e ofícios à arquitetura nazista

Enquanto exposições anteriores eram estruturadas com base nas diversas oficinas da Bauhaus, como mobiliário, impressão ou tecelagem, na mostra em Berlim sua história é narrada cronologicamente – desde o início como escola de artes e ofícios, atravessando a época dos famosos prédios de sua sede em Dessau até ser fechada pelo nacional-socialismo. A ligação de importantes nomes da Bauhaus com a arquitetura nazista também não foi poupada.
Internacionalização do modernismo

Seus principais objetivos, afirmam os curadores da mostra, eram o ensino experimental interdisciplinar, o conceito de oficinas orientadas para a prática, o tratamento de questões sociais, a propagação de uma estética atemporal, assim como a experimentação de novos processos e materiais na arquitetura e no design industrial.
Estações da Bauhaus

Após sua expulsão de Weimar, a proximidade da indústria determinou as atividades da Bauhaus em Dessau. Apoiada por industriais e pelos social-democratas, a escola deveria se tornar um polo de desenvolvimento da República de Weimar. Mas a desejada cooperação não funcionou e muitos professores a abandonaram.
Em sua última fase, a partir de 1930 em Berlim, o trabalho de Mies van der Rohe principalmente com aço e vidro determinou os rumos da Bauhaus, o que é documentado pela última e mais impressionante sala da mostra.
Mas o que restou da Bauhaus hoje? No pátio interno do Martin Gropius Bau, a artista Christine Hill explora a trivialidade do legado da Bauhaus. Ao lado de um sofá da Ikea, cadeia sueca de móveis de baixo custo, o visitante recebe um aconselhamento real sobre a decoração de seu domicílio, podendo comprar na loja réplicas de objetos da Bauhaus.
CA/dpa/ots
Revisão: Rodrigo Rimon
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